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Bebês e crianças pequenas não devem ser expostas ao consumo de açúcar. Esta é uma das minhas maiores convicções, e uma das poucas ideias certas que eu tenho para quando tiver filhos. E é mais um ponto essencial a se considerar no tão importante período de introdução alimentar. Não existe necessidade de dar açúcar e/ou alimentos açucarados para crianças, especialmente as menores de dois anos. E por que não?

Menores de 2 anos

Primeiro, porque nenhum tipo de alimento açucarado agrega valor nutricional à saúde da criança. E por alimento açucarado entenda, desde a simples adição de açúcar sobre uma fruta, até o uso de produtos industrializados como sorvetes, achocolatados líquidos e em pó, iogurtes e petit suisses, bolachas, refrigerantes, chocolates; e sobremesas doces.

Em segundo lugar, porque os primeiros 1000 dias de vida de uma criança são os mais importantes para a formação de sua saúde física e mental. Estes 1000 dias vão desde o primeiro dia da gestação até o 2º ano completo de vida extra-uterina. Este período é fundamental para a prevenção de problemas de saúde, desenvolvimento do sistema nervoso e imunológico, além de ser o período de maior estirão de crescimento. E adivinhe: é também fundamental para a formação de hábitos alimentares! Então, neste momento que a criança está conhecendo o mundo, precisa conhecer também o real sabor dos alimentos. Ela precisa saber que gosto tem a banana pura, o abacate puro, o suco de morango puro, para então se familiarizar com eles, e aprender a gostar. Isto faz parte da formação de paladar e hábitos alimentares, e se desde pequena aprender que abacaxi se come sem açúcar, por exemplo, esta criança nunca terá problema em comer uma fatia de abacaxi, sem açúcar! Não há necessidade de expor uma criança ao açúcar adicionado, independentemente se nós, adultos, julgamos um alimento doce ou azedo. A criança não conhece!

Imagem da internet

Outro ponto importante é que a natureza humana já tem uma pequena preferência ao sabor doce, portanto se oferecer um produto doce a um bebê, é claro que ele vai adorar! Mas é preciso ensinar as crianças apreciarem os demais sabores: azedo, amargo, ácido, salgado… E quanto mais cedo o sabor doce for reforçado por adição de açúcar, mais difícil fica apreciar os demais sabores. E aí, instala-se o habito alimentar seletivo e inadequado da criança.

Quem me acompanha por aqui já sabe que eu acredito muito que o consumo de açúcar é um hábito difícil de mudar (veja aqui o post sobre isso). Tenho pena em pensar em crianças tão pequenas já propensas a entrar neste ciclo. E é claro que, com o costume de comer doces/açúcares desde tão pequenas, estas crianças estão mais predispostas ao sobrepeso/obesidade e comorbidades relacionadas na vida adulta, ou pior, ainda na infância.

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Já ouvi pessoas dizerem que era uma judiação não dar nenhum docinho para o bebe/criança pequena, que ele deveria conhecer as coisas boas da vida. Sinto muito por estas pessoas só conhecerem o açúcar como coisa boa da vida. Veja, não estou demonizando o açúcar, e não acho que ele seja o vilão do mundo. Mas acho que para tudo na vida tem hora certa, e assim como a bebida alcoólica, por exemplo, este bebê/criança vai sim conhecer o açúcar, mas em um momento da vida em que os prejuízos deste consumo sejam menores.

E para os que dizem que a criança está “passando vontade”, fiquem tranquilos, ninguém sente falta do que não conhece.

E os maiores de 2 anos?

Para os maiores de 2 anos, acredito que o conhecimento em cima dos açúcares e produtos açucarados é mais inevitável, pois a vida dá conta de apresentar estes alimentos. Mas que então isto aconteça de forma natural, gradual e lenta. O que não significa liberar geral, só porque completou 2 anos!

A questão é, que se conseguirmos ultrapassar a barreira dos 1000 dias, é mais provável que ao longo de toda a vida o consumo dos doces pela criança seja mais moderado, visto que o hábito alimentar já está mais estabelecido.

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E como sempre, moderação é a palavra. Com ela todos os alimentos, inclusive os açucarados, devem fazer parte de um estilo de vida saudável.

2 Comments

  • Karina Pavarin disse:

    Concordo plenamente. Sou obesa e nao quero o mesmo para as minhas filhas. Segui exatamente o que disse nesse post e hoje, com 5 anos, elas tem uma alimentação saudável, mesmo com um doce de vez em quando. Continuo nao liberando durante a semana e controlo muito aos finais de semana, festas e passeios ! Faço isso tb com frituras, por exemplo. E mesmo assim, uma delas ( são gêmeas ) gosta mais do doce do que a outra, mas sem nenhum problema de peso, ja esta com o colesterol alto ( de família ). Imagina se eu nao controlasse !

    • Thais disse:

      Karina
      Obrigada pelo seu depoimento de mãe que vive na prática a teoria.
      Obrigada por mostrar que é possível!!
      Tenha certeza que você já fez e continua fazendo uma super diferença na vida adulta das suas meninas!
      Beijos!

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