Skip to main content
All Posts By

Nutr1r@Admin2021

Prevenção de cárie: o que a alimentação tem a ver com isso?

By Crianças, Nutrição materno infantilNo Comments

Alimentação e cárie são assuntos que andam juntos. A alimentação tem grande influência tanto no aparecimento quanto na prevenção da cárie. Como todos sabem, o açúcar é um grande vilão quando o assunto é a cárie, especialmente quando consumido de forma isolada e em alta frequência em um mesmo dia. Portanto, também como forma preventiva à cárie, ainda que mais comum em crianças do que em adultos, a rotina alimentar de todos deve ter frequência limitada de doces. Além das tradicionais guloseimas – bala, chocolate, bolo, brigadeiro – existem outros alimentos que escondem quantidades excessivas de açúcar, aos quais é preciso prestar muita atenção. Pensando nisso, o ideal  seria substituir as versões industrializadas por versões naturais e caseiras, com teores controlados de açúcar, quando necessário. Por exemplo:

alimentos cariogenicos e substituiçoes

Uma boa fonte de consulta de receitas caseiras para substituir produtos industrializados é o site As Delícias do Dudu, que gosto muito e recomendo, de olhos fechados!

Do outro lado da moeda, a alimentação saudável e equilibrada desempenha um papel importante na prevenção da carie. Para usar os alimentos em prol da saúde dentaria, garanta uma rotina com boas porções dos seguintes nutrientes:

dente-saudavel

Cálcio:

é importante na formação óssea e dentária, é essencial na fase de troca de dentes e crescimento das crianças. O consumo regular de alimentos fontes de cálcio também atua na prevenção da cárie. Garanta na rotina ao menos três porções de lácteos, como leite e derivados (queijos e iogurtes, por exemplo) por dia. Vegetais verde escuros como brócolis, couve, escarola, rúcula e espinafre também são boas fontes.

Fibras:

a mastigação das fibras colabora para o aumento da produção de saliva e por isso garante maior irrigação e limpeza  dos dentes, auxiliando na prevenção da carie. As fibras podem ser encontradas em todos os tipos de vegetais, frutas, grãos (como feijão, ervilha, lentilha, grão de bico) e cereais integrais (arroz integral, aveia, milho, trigo integral, quinoa).

Gorduras:

a gordura forma uma película nos dentes, ajudando assim a protegê-los contra a formação da cárie. Tenha sempre na rotina alimentos que são fontes de gorduras boas, como castanhas, nozes, amêndoas, abacate, azeite e coco.

Água:

Garantir boa hidratação com consumo adequado de água também ajuda na manutenção da limpeza e retirada de resíduos dos dentes. Incentive sempre o seu filho a tomar água!

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

Comer colorido: cores e benefícios

By Boas dicas, Refeições saudáveisNo Comments

Uma das formas mais interessantes de garantir uma alimentação saudável e variedade de nutrientes é prestando atenção ao colorido do prato todos os dias.

Parece até uma regra boba, uma espécie de brincadeira usada para estimular as crianças a manter uma alimentação variada. Mas a verdade é que um prato colorido é, de fato, muito mais saudável do que uma refeição monocromática.

alimentos coloridos

O que dá cor ao prato?

Os responsáveis por dar cor aos alimentos são compostos bioativos. Compostos bioativos são substâncias presentes em frutas e vegetais e que trabalham em favor da nossa saúde e bom funcionamento do organismo como um todo. Alguns compostos bioativos conhecidos são isoflavonas, carotenoides, resveratrol, catequinas, e cada um deles promove um benefício específico à saúde. Ou seja, a cor dos alimentos é fator importante na alimentação saudável e para garantir uma boa variedade de nutrientes e os mais diversos benefícios à saúde, é preciso investir em pratos bem coloridos.

O ideal é que as duas refeições maiores do dia (almoço e jantar) tenham cinco cores e que as menores (café da manhã e lanches) tenham pelo menos três.

Entenda abaixo como cada cor atua em nossa saúde e em nossos corpos:

 

Diante de tantos benefícios, fica claro que um bom primeiro passo para quem quer uma alimentação mais saudável é bem simples: colorir as refeições. Para isso, é preciso prestar atenção nas cores que já estão regularmente presentes nas suas refeições para que você possa incluir, com consciência, aquelas cores que normalmente não fazem parte do seu menu.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

Introdução alimentar: 4 dúvidas comuns

By Bebês, Nutrição materno infantilNo Comments

Na semana passada falei um pouco no insta stories (@nutrirbem.thais) sobre introdução alimentar, respondendo à algumas dúvidas e angústias que algumas mães tinham me enviado. Fiz uma série de vídeos explicativos, mas como no stories os vídeos somem depois de 24h, compilei aqui algumas respostas que muitas mamães buscam:

Qual é o melhor método de introdução alimentar: BLW, papinhas, misto?

O melhor método de introdução alimentar é aquele que melhor funciona para sua família. É importante ter um acompanhamento profissional atualizado que possa sanar todas as dúvidas e orientar a família para que escolham juntos a melhor metodologia. O melhor método é aquele no qual os pais e cuidadores confiam, abraçam os benefícios e sentem-se bem sabendo que estão fazendo o melhor que podem pelo bebê. Neste post eu falei mais sobre os métodos de introdução alimentar.

Meu filho engasga e/ou tem ânsia quando coloca o alimento/papinha na boca

A primeira coisa é lembrar que até a introdução alimentar (IA) o bebê só conhece a textura líquida do leite que toma, então é natural e esperado que eles estranhem a textura de papinha ou dos alimentos na boca. É uma adaptação e uma nova descoberta, com o tempo eles ficam mais confortáveis com isso.

A segunda coisa é conseguirmos diferenciar engasgos/ânsia com o Gag Reflex, ou reflexo Gag. Este é um reflexo protetor que aparece quando um alimento (ou objeto) estava em vias de ser engolido, mas o bebê percebe que o pedaço estava maior do que o esperado, e precisa ser mastigado mais um pouquinho antes de engolir. O Gag é a forma que o bebê tem de trazer este alimento de volta à frente da boca. Nestes casos, os bebês fazem caretinhas similares a estas:

O gag não é motivo de preocupação. Por mais que pareça desconfortável para nós, os bebês não se incomodam, e quando conseguem trazer o alimento de volta à frente da boca, continuam comendo normalmente. O gag está muito ativo em bebês pequenos, e próximo aos 6 meses o reflexo é induzido no meio da língua. Na medida em que os bebês aprendem a dominar os alimentos na boca, e se habituam às texturas diferentes do leite, o reflexo vai diminuindo. Em adultos, o gag só é induzido no final da língua, perto da garganta.

Os engasgos oficialmente acontecem quando a passagem de ar pela garganta está bloqueada por algum sólido ou líquido. O primeiro reflexo do engasgo é a tosse, que normalmente funciona bem para desobstruir a passagem de ar. Se a obstrução da garganta for tanta que o bebê não consegue tossir, então sim ele vai precisar de ajuda para deslocar o pedaço de comida da garganta, e nestes casos são usadas técnicas de primeiros socorros.

Para evitar engasgos as medidas mais efetivas são:

  • Enquanto está comendo, o bebê precisa estar em posição ereta, sem estar recostado ou caindo para os lados
  • Se o bebê estiver sendo alimentado por alguém, observar as quantidades colocadas na boca do bebê
  • Adequar a consistência das papinhas; evitar que esteja muito liquida (batida, por exemplo). Líquidos são mais propícios a provocar engasgos do que sólidos, por isso o recomendado é sempre apenas amassar com um garfo

Meu filho chora muito e fica irritado quando vai comer

Neste ponto é importante lembrar que a fase de introdução alimentar serve para o bebê conhecer os alimentos e aprender a se alimentar. Até os 12 meses, o leite que o bebê toma continua sendo o principal alimento, e eles demoram para entender que comida também serve para matar a fome. Então, considere oferecer a refeição para o bebê em momentos que ele não esteja morrendo de fome. Muitas vezes, é mais proveitoso dar de mamar antes da hora da refeição que será oferecida, pois isto previne que o bebê fique impaciente e irritado. O mesmo serve para quando o bebê estiver muito cansado. A hora da refeição é um momento de descoberta para os bebês, e se eles não estiverem dispostos, não será muito bem aproveitada.

Resultado de imagem para bebê comendo

 

Envolver o bebê e dar autonomia na hora da sua refeição também pode ser interessante. Muitas vezes eles se incomodam pois têm curiosidade de colocar a mão e explorar aquilo que estão lhe oferecendo. Como adulto, imagine que alguém que vai te alimentar e aparece com uma tigela e te dá o conteúdo na boca, sem deixar que você veja o que tem dentro. O bebê também tem curiosidade de ver o que tem no prato, e tem curiosidade de conhecer o que está sendo oferecido. A forma dos bebês conhecerem o mundo é com as mãos. Então deixá-los colocar as mãos nos alimentos, deixá-los pegar na colher, é permitir que eles participem do processo da alimentação e é dar a autonomia que muitos deles tanto gostam.

Meu filho come pouco

Quando um bebê está sendo amamentado, ele regula sozinho o quanto deve mamar para saciar a fome que sente. Assim que se sente saciado, pára de mamar. Quando começamos a introdução alimentar, nós adultos nos sentimos ansiosos para ver o bebê comer o prato inteiro de comida que preparamos. No entanto, o bebê continua regulando muito bem sua fome e saciedade; e da mesma forma, assim que sentir-se saciado, vai parar de comer. Então é importante lembrar que o leite continua sendo o principal alimento do bebê até os 12 meses, que o bebê não tem ainda maturidade para fazer greve de fome, e que ele come/mama o suficiente para se sentir satisfeito. Confie no seu bebê, ele sabe muito bem o quanto precisa comer.

carlos gonzales

Espero ter ajudado um pouquinho com as tantas dúvidas que chegaram até mim. Não se esqueçam nunca que a introdução alimentar é uma grande oportunidade de ensinar não só a alimentação saudável, mas também o prazer em comer bem, e a boa relação com os alimentos. Sempre busque orientação de um profissional atualizado que possa acompanhar individualmente nesta fase.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

Probióticos: tudo o que você queria saber

By Boas dicasNo Comments

Este tema foi também um pedido de leitores e seguidores do Instagram (@nutrirbem.thais). Muita gente conhece os probióticos, mas não sabe bem porque eles são indicados, como eles podem ajudar na saúde geral e como usá-los.

O que são:

Probióticos são bactérias benéficas que atuam na flora intestinal (ou microbiota intestinal). Fazer uma suplementação de probiótico tem por objetivo renovar ou estimular a microbiota intestinal e colher todos os benefícios que isto inclui.

Saúde intestinal:

Neste post falei bastante sobre a importância da boa saúde intestinal e tudo que ela pode envolver. Mais do que comer bem, é preciso ter certeza de que estamos absorvendo bem os nutrientes, e os probióticos podem ajudar bastante neste sentido.

Você é o que você

Os benefícios da saúde intestinal são muitos. Dentre eles: boa absorção de nutrientes, modulação de humor e bem estar, redução de estresse, reforço para o sistema imune, redução de colesterol e até auxílio para a perda de peso. Tudo isso está bem detalhadinho neste post – recomendo muito a leitura!

Gestação, lactação e bebês:

A flora intestinal ganha uma importância ainda maior durante a gestação e lactação, pois já sabemos que a microbiota da mãe influencia diretamente na saúde do bebê durante estas duas fases (mais sobre este tema aqui). Podemos dizer que a boa flora da mãe durante a gestação e lactação ajuda a prevenir que o bebê tenha alergias durante todo o curso de sua vida, além de garantir (também para o bebê) melhor absorção de nutrientes e melhores respostas de sistema imune a longo prazo. Durante a amamentação, a microbiota da mãe influencia a composição do leite, o que garante que boas bactérias vão colonizar o intestino do bebê durante todo o tempo que estiver sendo amamentado. Além disso, os probióticos ajudam o bebê a amadurecer o intestino, reduzindo as cólicas e desconfortos comuns no início da vida.

probioticos gestante

Quando e como usar

Os probióticos podem (e devem) ser usados como complementos em praticamente todas as fases da vida, mas são particularmente necessários em situações como constipação, diarreia, alergias e intolerâncias alimentares e quedas de sistema imune, por exemplo. A forma de consumo dos probióticos também pode ser variada. Existem bebidas lácteas e leites fermentados acrescidos de probióticos no mercado que realmente podem dar um suporte para a saúde intestinal. No entanto, os maiores benefícios e a eficácia vêm quando há variedade nas bactérias oferecidas, e em dosagens corretas, o que só se alcança com uma suplementação adequada. Porém, a suplementação só deve ser realizada por um profissional capacitado, que saiba escolher os melhores tipos de bactérias para cada perfil e de acordo com o benefício que se espera, e considerando o consumo alimentar atual e adequado. Por isso, para mais informações sobre qual seria o melhor probiótico para você, em que dosagem, frequência e forma de administração, é essencial buscar um acompanhamento nutricional e obter uma avaliação completa.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

Dietas restritivas e resultados rápidos: por que não?

By Nutrição ComportamentalNo Comments

O assunto de hoje veio de um pedido no instagram (@nutrirbem.thais): prós e contras dietas restritivas. Bom, quem me conhece e me acompanha aqui sabe que eu sou do time que não conta calorias, não acredita no “nunca mais vou comer”, e considera lados emocionais, sociais e comportamentais da alimentação. Ou seja, não acredita em radicalismos e terrorismo nutricional, por tanto, não concorda com dietas restritivas. Mas esse é um assunto que sempre vem à tona no consultório ou entre amigos, então eu acho importante falar sobre e esclarecer estes pontos sempre que necessário.

Restrição e compulsão

Dietas restritivas são aquelas que excluem totalmente algum tipo de alimento ou grupo alimentar, normalmente em prol a perda de peso, preferencialmente rápida. Já vi dietas que excluem todas as formas de carboidratos (massas, pães, raízes, cereais, frutas e até alguns legumes), já vi outras que excluem todos os tipos de farinha (de trigo branca ou integral, de milho, tapioca…), já vi também a exclusão de frutas e sucos naturais, e já vi outras que excluem todos os produtos de origem animal (carnes, ovos, lácteos), para a perda de peso… Mas no fim, minha conclusão é sempre a mesma: nenhuma exclusão é pra sempre, e no retorno do alimento excluído, as pessoas (claro) acabam se perdendo. Tem uma frase do livro “O Peso das Dietas”, da Sophie Deram que eu gosto muito que diz

dietas restritivas e compulsão

 

Ou seja, qualquer restrição ou proibição alimentar severa está sujeita a se tornar uma crise compulsiva em cima daquele ou outro alimento. E então, voltamos ao início: o alimento ou grupo alimentar volta a fazer parte da rotina alimentar da pessoa, provavelmente em quantidades e/ou frequências maiores do que tinha antes, talvez associada a reganho do peso perdido e certamente com sentimento de culpa. Na prática, é bem isso que se vê. Eu falei bastante sobre este mecanismo no post que fiz sobre o livro da Sophie, aqui (Post: O Peaquiso das Dietas).

Comer sem culpa

O que funciona é saber lidar com todos e cada um dos grupos alimentares, inclusive nossas exceções: pizza, doces, bebidas alcoólicas… É preciso considerá-los na nossa rotina e hábito alimentar, mesmo quando em busca da perda de peso. Desta forma, consideramos os aspectos sociais, emocionais e comportamentais da alimentação, sabendo equilibrar tudo: quantidades, qualidades, mas também escolhas e restrições. Nossa alimentação não é só nutriente, é comportamento e emoção também.

comer sem culpa

E por isso, alimentação saudável também é comer o macarrão no domingo em família, tomar uma cerveja com os amigos, e comer pipoca no cinema. Considerando que tudo faz parte da rotina (e deve continuar fazendo), conseguimos fazer escolhas mais certeiras e reais dentro daquilo que gostamos mais, e assim podemos aproveitar estes momento sem culpa!

Por fim

Eu sempre acho que radicalismos e restrições no geral têm prazo de validade e acabam impactando de forma muito severa no nosso comportamento alimentar. Ao fim da restrição alimentar, continuamos com o mesmo problema de não saber como lidar com aquele alimento/grupo alimentar que foi restrito, e não tendo uma boa relação com ele – às vezes, até pior do que antes da restrição. Por tanto, seguimos no caminho do meio que pode até ser mais longo, mas é mais agradável, mas sustentável e com um final mais feliz!

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

Saiba como bem escolher seu pão integral

By Alimentos Industrializados2 Comments

Depois de muito tempo sem escrever, aqui estou eu de volta! Esses dias postei no Instagram (@nutrirbem.thais) a foto de um pão integral caseiro e algumas pessoas ficaram com algumas dúvidas em relação a ele e a pães integrais industrializados.

Para fazer esse pão eu usei uma daquelas panificadoras. Vocês conhecem? Elas são muito práticas e permitem que os pães que consumimos sejam mais naturais, sem os tantos aditivos alimentares que encontramos na maioria dos pães do mercado. Dá para inventar um monte de receitas (e também seguir as várias que vêm no livrinho junto com a máquina). Eu tenho a minha há pouco tempo e ainda estou descobrindo as várias opções que ela oferece. Mas já estou amando poder ter sempre um pão fresquinho em casa e criar vários tipos diferentes. Mais pra frente faço um post com alguns dos tipos de pães que já fiz.

pão integral caseiro

Meu pão integral caseiro

MAS isso não significa que os pães sempre têm que ser caseiros, e que nunca mais devemos consumir os pães do mercado. A indústria de alimentos existe para ajudar a gente, mas é muito importante saber interpretar os produtos para escolhermos, com consciência, quais alimentos industrializados vamos usar. Então, montei um roteirinho simples e prático para ajudar na escolha dos pães integrais do mercado.

1º passo: lista de ingredientes.

Segundo a legislação brasileira, a lista de ingredientes dos alimentos processados deve ser montada em ordem decrescente. Ou seja, o primeiro ingrediente deve ser aquele de maior volume na receita do produto. Até pouco tempo era comum ver pães de forma vendidos sob o rótulo de integrais, porém tendo a farinha de trigo integral (ou sementes, por exemplo) no fim de sua lista de ingredientes (portanto, em pouquíssima quantidade). Mas graças à maior conscientização da população e à crescente procura por produtos integrais, esse cenário já mudou bastante. Muitas indústrias refizeram suas receitas e formulações, o que eu pude constatar na minha última pesquisa. Analisando os pães integrais disponíveis no mercado, não encontrei nenhum que tivesse mais farinha branca do que integral na lista de ingredientes. Um avanço enorme!

Ainda assim, quando falamos de pão integral, acho importante que não apenas o primeiro ingrediente seja a farinha integral, mas também que o pão não tenha (ou tenha muito pouca) farinha branca. Isso ainda não é fácil de encontrar. Mesmo marcas que têm uma linha extensa de pães integrais não oferecem nenhuma opção totalmente livre de farinha refinada. Apesar de poucas, há algumas opções de pães 100% integrais e essa é sem dúvida a melhor escolha.

É também vantajoso buscar pães que, além da farinha integral, tenham outras fontes de fibra, que incrementam o valor nutricional – e o sabor! Estas outras fontes de fibras podem ser cereais, como aveia, centeio, quinoa e/ou sementes (linhaça, chia, gergelim, girassol).

2º passo: aditivos alimentares

Emulsificantes, conservadores, edulcorantes, melhoradores de farinha, acidulantes… São ingredientes (aditivos) que não colocaríamos em um pão feito em casa. Então quando for buscar por um industrializado, a regra é: quanto menos aditivos alimentares, melhor. Se possível, nenhum.

3º passo: selo

A Whole Grains Council é uma organização internacional que criou selos que identificam produtos integrais. São 3 tipos de selos:

legenda

Em ordem: selo 100%: para produtos feitos com 100% de cereais integrais; selo 50% ou mais: para produtos que têm ao menos 50% de cereais integrais; selo básico: o produto possui boa quantidade de cereais integrais, mas menos de 50%. (Imagem de: http://wholegrainscouncil.org/whole-grain-stamp)

 

Algumas marcas brasileiras têm este selo, é só procurar no verso da embalagem para se certificar de sua presença e tipo.

Enfim, o que eu acho importante é usar a indústria de alimentos ao nosso favor. Claro que o ideal é preparar o máximo de alimentos que pudermos em casa. Mas a realidade mostra que nem sempre isso é possível, então é essencial saber escolher a opção mais recomendada para você dentre as tantas disponíveis no mercado.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

O que sua alimentação pode fazer pelos seus (futuros) filhos: Fertilidade

By Fertilidade, Nutrição materno infantilNo Comments

Dando continuidade à série que diz tudo o que sua alimentação pode fazer pelos seus filhos (veja aqui: Gestantes, Amamentação, Introdução dos alimentos ), hoje o post é para quando os filhos ainda estão em planejamento. Não são muitas pessoas que sabem, mas hoje já existe muita relação entre alimentaçãofertilidade, tanto masculina quanto feminina. É isso mesmo, sua alimentação pode fazer muito pelos seus (futuros) filhos, mesmo que você ainda não esteja pensando neles.

Então, veja aqui alguns conselhos e alimentos que não podem faltar se você já está pensando ou pensa em um dia aumentar a família

Frutas e vegetaisfrutas e vegetais

Aqueles que estão preocupados na manutenção da fertilidade devem manter um consumo variado e frequente de frutas e vegetais, garantindo assim um bom aporte de vitaminas e minerais, e um melhor equilíbrio na inflamação natural do organismo.  As verduras verde escuras são especialmente importantes, pois contêm boas doses de vitamina B, antioxidantes e fibras.

 

Sementessementes

Como sementes de linhaça, chia, girassol, abóbora e gergelim, pois são ricas em minerais, especialmente selênio, zinco, cálcio, ferro, fibras, e gorduras boas como ômega 3 na linhaça e na chia.

 

Castanhas

castanhas

Nozes, amêndoas, castanha do Pará, pistache além de serem riquíssimas em gorduras insaturadas, benéficas para a fertilidade, têm muitas fibras, proteínas e antioxidantes que também são essenciais para o equilíbrio do organismo, têm efeito anti-inflamatório e consequentemente melhora da fertilidade.

 

Cereais integrais

cereais integrais

Os cereais integrais e carboidratos de baixo índice glicêmico no geral têm alta concentração de fibras ajuda no controle hormonal e de glicemia, e as concentrações de vitaminas do complexo B, atuam como agentes de fertilidade para homens e mulheres.

 

Azeite e gorduras vegetais

azeite

São anti-inflamatórias e antioxidantes, auxiliam no funcionamento adequado e equilibrado de todos os sistemas do nosso organismo. É importante priorizar as gorduras vegetais às animais e industrializadas quando pensando em saúde reprodutiva.

 

Peixes de água fria

peixe

Por serem proteínas ricas em gorduras boas, ômegas 3 e 9, que são importantes antiinflamatórios. Além disso, é importante garantir um bom aporte de proteínas no consumo alimentar daqueles que se preocupam com a fertilidade.

 

Leguminosas

leguminosas

Principais fontes de proteínas vegetais, riquíssimas em fibras e micronutrientes como ferro, zinco e cobre. É prudente aumentar a frequência e quantidade de consumo deste grupo alimentar, e algumas vezes é também necessário reduzir as proteínas animais.

 

 

Importante evitar:

[row][col_onehalf]

açúcares e doces

Açúcares e doces no geral, especialmente os industrializados e bebidas doces, como sucos de caixinha e refrigerantes.

[/col_onehalf] [col_onehalf]

lacteos

Alimentos lácteos: pode ser importante observar a frequência e quantidade de consumo, além da qualidade e procedência. Em alguns casos eles podem interferir na fertilidade.

[/col_onehalf][/row] [row][col_onehalf]

caféCafé e alimentos ricos em cafeína como refrigerantes, chocolates e chás como preto, mate e verde. Quando em excesso, a cafeína pode ser prejudicial à saúde reprodutiva.

[/col_onehalf] [col_onehalf]

bebida alcoolica e cigarro

Bebida alcoólica e tabagismo devem ser evitadas por todos que estão pensando em qualidade e manutenção da fertilidade.
[/col_onehalf][/row]

Orientações gerais

É importante manter uma atividade física regular e boa hidratação. Controlar o estresse e evitar poluição sempre que possível é uma medida interessante para manter a boa saúde e funcionamento fisiológico do organismo. Além disso, observar e evitar sempre que possível o consumo e exposição à xenobióticos (produtos estranhos à composição original dos alimentos, como agrotóxicos, pesticidas, e bisfenol A).

familia

Como eu gosto de dizer para meus pacientes, o melhor que você pode fazer pelo seu filho é “preparar o ninho” antes mesmo do bebê chegar.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

 

 

Amamentação: uma chave para o desenvolvimento sustentável

By Nutrição materno infantilNo Comments

Como nos últimos anos, eu não poderia deixar passar em branco este 1º de agosto, quando comemoramos o Dia Mundial da Amamentação. Neste dia inicia também a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), que marca uma série de eventos e publicações em torno do incentivo à amamentação.

semana mundial do aleitamento materno 2016

“Amamentação: uma chave para o desenvolvimento sustentável” é o tema deste ano, que leva como slogan “Presente Saudável, Futuro Sustentável”.  Neste contexto, a amamentação é tida como um dos pontos chave para o desenvolvimento sustentável pois tem ligação direta com a saúde e segurança alimentar e nutricional, e também como garantia do alcance do potencial máximo de desenvolvimento e educação  da criança, refletindo em produtividade no seu futuro. Não é lindo? 💙 💜

Outro ponto que ambientaliza a amamentação dentro do desenvolvimento sustentável, é que em 2016 17 metas universais para o desenvolvimento global já traçadas precisam começar a ser alcançadas, para ajudar a guiar o desenvolvimento mundial mais sustentável nos próximos 15 anos. Estas metas são bastante abrangentes, mas alguns dos quesitos englobados permeiam questões alimentares e nutricionais, que são impactadas pela amamentação, como acabar com a fome e melhorar a sub-nutrição e garantir vida saudável e promover o bem estar. 👶🌎 Mas se formos ao sentido mais literal de desenvolvimento sustentável, a amamentação é o método mais ambientalmente sustentável que existe, não é mesmo?

Veja aqui os outros posts comemorativos do Dia Mundial do Aleitamento Materno:

Dia Mundial da Amamentação – 2012

Amamentação: ninguém disse que seria fácil…

Amamentação: como amamentar?

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

O que a alimentação pode fazer pelo seu filho: introdução alimentar

By Bebês, Nutrição materno infantilNo Comments

Continuando a série “o que a alimentação pode fazer pelo seu filho”, o terceiro post é sobre a introdução alimentar. Passada a gestação (veja aqui o post sobre esta fase) e o momento de amamentação exclusiva (veja aqui o post), chegou a hora do seu bebê começar a conhecer o mundo dos alimentos.

mundo dos alimentos

Nesta momento, já não é mais exatamente sua alimentação influenciando a vida do seu filho, e sim, quais alimentos ele vai conhecer, a forma que ele vai conhecê-los e como vai construir, com sua ajuda, seu comportamento e relação com a comida e com as refeições. Observe que não é só uma questão de qualidade e quantidade, mas também o tipo de experiência é importante aqui.  Eu costumo dizer que esta é a terceira grande chance (a última, de alto impacto!) que os pais têm em realmente mudar a vida e preferências alimentares de seu filho, para o resto da vida, pela alimentação.

Então veja aqui quais são os pontos importantes e decisivos nos quais você precisará pensar para começar, da melhor forma possível, a apresentação dos alimentos para seu filho:

Programming metabólico

nutrientes no dna

Nesta fase ainda é possível acontecer a programação metabólica, que já falei um pouco nos posts anteriores, mas trata-se de programar o metabolismo e funcionamento do organismo como um todo pela presença ou ausência de micro e macronutrientes. Por isso, existem alguns alimentos que não devem ser apresentados antes da criança completar 12 ou 24 meses, como por exemplo açucares e doces, leite de vaca e derivados, e alimentos industrializados no geral. E, da mesma forma, há alguns alimentos que, quando apresentados no momento correto, podem prevenir intolerâncias ou alergias alimentares, como é o caso do peixes, ovos, e alimentos com glúten. Então, a introdução alimentar é mais uma etapa de investimento na alimentação do seu filho, para torná-lo o mais saudável possível, com boa gama de aceitação de paladar, a curto, médio, longo e longuíssimo prazo.

Quando começar a introdução alimentar

O programming metabólico é também muito impactante em relação ao momento ideal para começar a introdução alimentar. Existe a recomendação da Organização Mundial da Saúde e atualmente também a Sociedade Brasileira de Pediatria, em manter o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade – e isto já impacta de forma positiva na programação do metabolismo. Se por algum motivo o bebê estiver em uso de fórmulas infantis (e não leite materno), a recomendação é a mesma: nada, além do leite, deve ser oferecido para o bebê antes dos seis meses completos. introdução dos alimentos - papinha 1Estas recomendações coincidem com os estudos que mostram que os bebês apresentam prontidão, maturidade fisiológica e interesse pelos alimentos perto dos 6 meses de vida. Ou seja, antes disso, o bebê é ainda muito imaturo para receber outro alimento, além do leite. E já existem evidências suficientes que mostram que a introdução alimentar precoce aumenta em até 6x a chance de sobrepeso ou obesidade na criança, até os 3 anos de idade. Enfim, um ponto importante a ser considerado, será que o bebê já está pronto?

Hábito alimentar e paladar

introdução dos alimentos - papinha 2

O hábito alimentar das crianças é formado a partir de qualidade, quantidade, harmonia, adequação e prazer, então é essencial visar todos estes tópicos quando na introdução dos alimentos na vida do seu filho, para guiá-lo ao hábito alimentar saudável. Além disso, preferências alimentares de sabor são aprendidas por meio de experiências com o alimento, em diferentes momentos, texturas e formas de apresentação. Isto significa que as preferências alimentares têm pouca influência genética, e estão mais suscetível ao ambiente, cultura, e conhecimento sob o alimento. Então, você não gostar de um certo alimento, não significa que seu filho também não ira gostar. O hábito e as preferências alimentares são formados e moldados durante a infância, dando à introdução dos alimentos uma grande responsabilidade também neste aspecto.

Apresentação, textura e quantidade

introdução dos alimentos - blw

BLW – Baby Lead Weanning, ou o “desmame guiado pelo bebê”

Desde bem cedo é importante pensar na forma de apresentação dos alimentos para seu filho, cuidar do equilibrio nutricional, e ensiná-lo a reconhecer e respeitar os sinais de fome e saciedade. A forma de apresentação dos alimentos será guiada pela metodologia de introdução alimentar escolhida: no método tradicional, em papinhas, é importante oferecer os alimentos amassados (não batidos!) de forma separada para deixar que o bebê conheça e experimente o sabor de cada alimento. No método BLW, os alimentos são ofertados em pedaços, e no geral a criança tem mais liberdade para explorá-los e conhecê-los bem. Há famílias que mesclam os dois métodos, e podem ter os bônus (e ônus também, rs) de cada um dos métodos. O importante é que os alimentos sejam ofertados de forma chamativa, preparados com técnicas culinárias corretas para a preservação de nutrientes, sabor, textura e aroma.

Assim, a atenção à textura dos alimentos é também importante: garantir que a criança tenha contato com várias formas de preparo de todos os grupos alimentares, facilita com que ela aceite bem a refeição da família quando completar 12 meses. Por isso, quando a introdução alimentar é feita com papinhas, é essencial evoluir a consistência gradativamente, até chegar aos sólidos; e quando em BLW, lembrar de apresentar também consistências tipo purê, para que não seja algo estranho para a criança no futuro.

Em termos de quantidade de comida, quem manda é o bebê! O reconhecimento à  saciedade é um reflexo inato (e muito respeitado quando a criança está em aleitamento materno), mas é algo que facilmente influenciamos de forma negativa quando o bebê começa a comer. É importante respeitar o sinal de saciedade do bebê (e também das crianças mais velhas), sem que seja necessário “raspar o prato”.

carlos gonzales

Enfim…

Uma boa introdução alimentar, bem planejada e embasada, e acima de tudo, com suporte e acompanhamento profissional atualizado, pode ser a grande chance para garantir ao seu filho uma alimentação saudável desde sempre, sem sofrimentos. Já pensou?

 

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

Sobre a serotonina: alimentos para reduzir irritação e mau humor

By Boas dicas, Vida de nutriNo Comments

Irritação, estresse, mau humor. O frio me deixa de mau humor. É normal, acontece, nas melhores famílias, dias ruins são tão importantes quanto dias bons. Mas se estes sentimentos de indisposição social são frequentes, talvez seja a hora de procurar ajuda. Pode haver relação com um quadro de ansiedade ou depressão, e por isso é necessário estar acompanhado por uma equipe multidisciplinar. Mas se os sintomas são pontuais, saiba que alimentação e mau humor andam de mãos dadas! Garfield mau humor

 Serotonina

Certamente você já ouviu falar nela, mas talvez a importância desta substancia na sua rotina não esteja tão clara. A serotonina é um neurotransmissor responsável por inibir a raiva e agressão, e controlar nosso humor, sono e até fome e apetite. Em resumo, a serotonina é uma das grandes responsáveis pela nossa sensação de bem estar.

Por isso, quando a serotonina estar baixa, pode ser uma das causas do mau humor, ou pode ser que as dificuldades para dormir e a vontade de comer o tempo todo apareçam mais, e até a vontade de comer doces seja maior…

Para aumentar a serotonina

Atividade física regular

atividade física e serotoninaAlém dos outros inúmeros benefícios de praticar exercícios físicos, a prática regular aumenta a produção de serotonina, e por isso aumentam nossa sensação de bem estar

funcionamento do intestino

 

Saúde intestinal

Apesar de ser um neurotransmissor, 90% da concentração da serotonina está no trato gastro intestinal – portanto cuidar bem do funcionamento intestinal fisiológico é essencial – veja este post.

Alimentação

Alguns alimentos são capazes de aumentar a produção de serotonina e outros a melhorar nossa sensibilidade ao neurotransmissor, e estas duas estratégias aliadas provavelmente irão colaborar muito (e rápido!) com a sua melhora de humor:

garfield feliz serotonina

  • Triptofano é o aminoácido precursor da serotonina, então buscar por alimentos que o contenham é um excelente caminho: castanhas e sementes oleaginosas, abacate, leite e derivados, banana, abacaxi,  cacau ou chocolate amargo.
  • Vitaminas do complexo B também participam ativamente da síntese de serotonina, então não deixe de consumir carnes, folhas verde escuras, ovos, cereais integrais(como  aveia, quinoa, arroz integral), leguminosas (ervilha, lentilha, grão de bico). Outros nutrientes importantes para a formação da serotonina são o magnésio (sementes no geral – especialmente de abobora, castanhas e cereais integrais) e vitamina C (tomate, brócolis, pimentão, frutas cítricas, goiaba, acerola)
  • Para melhorar a sensibilidade dos receptores de serotonina nos neurônios, é importante ter alimentos ricos em cromo (nos cereais integrais, levedo de cerveja, cogumelos, aspargos, ameixa e nozes); gorduras tipo ômega 3, presente nas sementes de linhaça e chia, abacate, peixes como atum, sardinha e salmão, e castanhas no geral. Além disto, açúcar, cafeína e gorduras em excesso também reduzem esta sensibilidade, então convém evitar doces e bebidas cafeinadas, como o café e chás escuros tipo preto ou mate, e gorduras trans– presentes nos industrializados em geral.

Serotonina no seu prato

De nada adianta saber o que se precisa comer para melhorar o humor se não há aplicação na mesa, não é mesmo? Então elaborei algumas ideias que podem ser aplicadas no dia a dia e deixar seu menu de bom humor:

Menu CM e lanches serotoninamenu A e J serotonina

Viu só como alimentação tem tudo a ver com mau humor?!

Assinatura Thais C. LaraNutricionista