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Nutrição materno infantil

Posso comer durante a gravidez?

By Gestantes, Nutrição materno infantilNo Comments

Mal a mulher descobre a gravidez, já se enche de dúvidas sobre o que pode ou não comer. E de fato, esta é uma das primeiras perguntas que eu escuto no consultório na primeira consulta de pré natal nutricional:

Posso comer durante a gravidez?

Há tanta informação (e palpites) que as gestantes ficam confusas no que é ou não é recomendado consumir ao longo do curso da gestação.

é melhor evitar:

A verdade é que existem recomendações e consensos gerais sobre o que gestantes não devem consumir (como carnes cruas ou malpassadas – inclusive peixes, por exemplo, ou gema de ovo mole), mas há outras que devem ser decididas individualmente.

É necessário também fazer certas adequações para que nenhum nutriente fique faltando na dieta.  Por exemplo, não é aconselhável que as gestantes consumam vegetais crus e frutas com casca fora de casa, mas isso não significa que elas possam abolir esses alimentos de sua rotina, pois durante a gravidez a necessidade nutricional de vitaminas e minerais é aumentada.

Outro ponto: na maioria dos casos o uso de adoçantes é contraindicado, mas isto não significa sinal verde para o açúcar. E muito menos aos produtos light/diet, que contêm adoçantes e infinitos aditivos alimentares em sua composição.

gravida não pode

Imagem da internet

Há também que se ter cuidado e atenção com a higiene e manipulação de alimentos em locais de alimentação e principalmente com produtos que não tenham passado por processos de pasteurização (como leites crus e alguns tipos de queijo, pois podem trazer contaminação, e só a pasteurização garante o extermínio das bactérias).

Outro ponto importante de atenção é com chás e ervas, já que a maior parte deles não têm segurança científica para uso durante a gestação. Mas o que se diz respeito a bebidas alcoólicas e tabagismo, o consenso é forte. Mesmo doses bem pequenas para a mãe, podem significar teores de álcool/tabaco muito altos para o metabolismo de um bebê em formação. Aditivos alimentares, especialmente glutamato monossódico (presente em temperos industrializados) e gorduras trans (dos alimentos industrializados, fast foods e sorvetes de massa), também devem ser evitados.

moderação:

Por outro lado, há alimentos também merecem atenção, mas podem ser consumidos, com parcimônia. Por exemplo o café pode estar na rotina da gestante em doses controladas, para não interferir de forma negativa no crescimento do bebê. Importantíssimo também lembrar dos contaminantes ambientais, como o Bisfenol A (ou BPA) – usado na fabricação de plásticos. A recomendação é evitar recipientes plásticos para armazenamento de comidas ou bebidas, e dar preferência a recipientes de vidro, cerâmica ou porcelana. Além dele, entre os xenobióticos a serem evitados, entram também poluição, agrotóxicos, panelas de alumínio ou teflon e ondas magnéticas. Para tanto, sugere-se evitar ficar em locais excessivamente poluídos por períodos longos; consumir o que for possível de produtos orgânicos; dar preferência a panelas de cerâmica ou inox; e evitar, por exemplo, deixar o celular e outros equipamentos eletrônicos muito próximos ao corpo quando não estão em uso.

grávida meditando

Imagem da internet

Ah, e o estresse! Outro ponto importante a ser evitado pela gestante. O que costumo recomendar para minhas pacientes, é que elas escolham com muita sabedoria quais estresses vão passar durante a gestação 🙂

Preferências alimentares: como ensinar seu filho a gostar de novos sabores

By Crianças, Nutrição materno infantilNo Comments

Esta é uma daquelas perguntas de 1 milhão de dólares, que todo mundo quer a resposta: como influenciar nas preferências alimentares do seu filho, como ajudar para que ele goste de vários alimentos, vários sabores, tenha uma alimentação saudável, e que possa levar isso para o resto da vida?

Quando este questionamento vem ainda na introdução alimentar, é algo mais fácil pois o bebê ainda não tem referências, e a introdução alimentar é o momento de ensinar hábitos alimentares. Mas e quando vem depois, com uma criança mais velha, que já conhece os alimentos e já tem suas preferências?

Preferências alimentares:

Algumas das preferências alimentares podem ser inatas, mas de forma nenhuma são plastificadas ou imutáveis. Preferências alimentares são formadas e influenciadas de acordo com as experiências alimentares que temos. As primeiras são, ainda que sutis, na vida intra uterina, pois desde a 20ª semana de gestação os bebês já experimentam diversos sabores pelo liquido amniótico, influenciado pela alimentação da mãe – tem mais sobre isso neste post. A segunda grande influência na formação do paladar é o aleitamento materno ou uso de fórmula. O leite materno não é estático e muda de sabor durante a mamada, e também de acordo com a alimentação da mãe, enquanto que as fórmulas infantis são estáticas, e apresentam sempre o mesmo sabor – tem mais sobre isso aqui.

Introdução alimentar:

A introdução alimentar é um período chave para a formação do paladar. Quando começam a comer, os bebês têm apenas as referências sutis de sabor que sentiram na vida intrauterina e via leite materno ou fórmula, então este é um momento crucial de investimento em sabores diversificados. Por isso, alguns cuidados são importantes:

Alimentos separados:

Oferecer os alimentos separados, garante que a criança conheça especificamente o sabor de cada um dos alimentos, o que ajuda na construção do repertório alimentar delas. Por isso, sempre ofereça-os separadamente (e não em forma de sopão/papa misturada), para ajudar o bebê no conhecimento e identificação de cada sabor/alimento.

Não mascare o sabor

Não mude o sabor de um alimento, mesmo que nós, adultos, julguemos impalatável. Não adoce o maracujá, não coloque leite condensado no morango azedinho, não misture a beterraba no feijão… É importante que o bebê conheça o sabor real dos alimentos, é um aprendizado para ele.

Sobre os azedos e amargos

Todos concordamos que os sabores azedos e amargos são mais difíceis de comer. Isso acontece pois nós temos uma preferência inata a rejeitar estes sabores, por questões de sobrevivência da espécie humana. Imagine um homem da caverna que sai para buscar algum alimento e encontra uma fruta podre. Os sabores azedo e amargos estão associados a alimentos estragados, e por isso é importante que este homem da caverna rejeite e não coma este alimento estragado, que pode colocar sua vida em risco.

Outro ponto é o valor calórico. Os alimentos mais adocicados têm maior valor calórico do que os azedos, e por isso é mais vantajoso para o homem da caverna comer algo que o traga mais energia. Assim, ele tende a preferir o sabor daquele que o trará mais benefícios e menos riscos.

O alimento de sabor mais doce traz mais prazer, e por isso motiva a comer de novo. E assim, com preferência natural aos sabores mais doces, e rejeição aos azedos e amargos, é menos provável que o homem da caverna morra de fome ou por contaminação de uma alimento estragado. Isto está gravado no nosso DNA, estamos programados para agir assim.

Por fim, sendo os sabores doces naturalmente bem aceitos por nós, é preciso aprender a gostar dos azedos e amargos. Um bebê em introdução alimentar não conhece nenhum dos dois e por isso é importante deixá-lo conhecer todos os alimentos e sabores em sua forma pura e íntegra. Assim, além de todas as frutas mais doces, não devemos deixar de oferecer os azedos e amargos para que eles possam conhecer, explorar e gostar destes sabores também!

bebê maracujá

Pietro, 6 meses e meio, na sua primeira colherada de maracujá. (Imagem da família, publicação autorizada)

Crianças mais velhas

As crianças mais velhas já conhecem melhor os alimentos e sabem quais são aqueles de sua preferência. Já conhecem o azedo e o amargo, e muitas vezes já o rejeitam também. A questão aqui é que as preferências alimentares continuam sendo moldáveis e adaptáveis, e para ajudar uma criança a gostar de um repertório maior de alimentos, podemos pensar em algumas estratégias:

Intimidade:

Gostar de um alimento implica em conhecer este alimento, já te-lo visto algumas vezes, ver a família comendo, e se sentir familiar com ele. Para a criança gostar de melancia, por exemplo, ela precisa conhecer e reconhecer, ir à feira ou ao mercado e saber apontar a melancia. Saber qual é a cor da casca, da polpa, das sementes, o tamanho das sementes…

Exposição:

Além de conhecer, para que uma criança goste de melancia, é importante que a família tenha sempre melancia em casa, que a criança esteja acostumada com a presença, a aparência e o cheiro da melancia ali. A criança precisa ver o alimento em diversas formas: pode ser a melancia picada como sobremesa, pode ser suco de melancia, pode ser a fruta do café da manhã, pode ser num sorvete caseiro… ela precisa estar exposta (o que não necessariamente significa provar ou comer) a este alimento várias vezes para aprender a apreciar.

Disponibilidade:

Não adianta ter a melancia em casa, mas ela está sempre inteira, fechada na geladeira. A criança também precisa ter disponibilidade e fácil acesso ao alimento alvo. É preciso deixar a melancia picada, em cima da mesa. Deixar o suco pronto, colocar na mesa antes de oferecer. Quem não é visto não é lembrado.

Em resumo

Preferências alimentares têm a ver com intimidade, a criança gosta do que está acostumada, com o que ela conhece e vê os outros comendo, criança come o que tem em casa.

Então o primeiro ponto para ajudar uma criança mais velha a comer melhor, é fazer um trabalho em família, prestar atenção para que todos os membros facilitem a intimidade, exposição e disponibilidade deste alimento para a criança, para então permitir que ela tenha melhor aceitação a ele.

Espero ter te inspirado a oferecer novos sabores para seus filhos!

A polêmica dos sucos para bebês

By Bebês, Nutrição materno infantilNo Comments

Até pouco tempo atrás, o marco de início da introdução alimentar, era a inserção dos sucos para bebês de 4 ou 6 meses, (sucos normalmente de laranja lima), no intervalo da manhã. Era essa a orientação geral, pois os sucos são boas fontes de vitamina e podem complementar a hidratação do bebê. Além disso, a introdução do suco costumava ser vista como uma boa maneira de incluir outro líquido além do leite na rotina alimentar do bebê.

suco bebe

Imagem da internet

No entanto, em junho de 2017, a Academia Americana de Pediatria (AAP) fez uma publicação mudando suas diretrizes, e agora orienta que sucos não devem ser oferecidos antes dos 12 meses do bebê. Isso porque os sucos – mesmo quando naturais, e sem açúcares adicionados – concentram doses de frutose (açúcares naturais da fruta) e poucas fibras. A ausência de fibras faz com que a frutose seja absorvida muito rapidamente, o que pode atrapalhar o metabolismo do bebê e, a longo prazo, deixá-lo mais suscetível ao ganho de peso excessivo e diabetes. Além disso, a falta de fibras retarda a sensação de saciedade, e pode induzir o bebê a tomar volumes de suco acima do que ele realmente precisa e isso colabora também para o ganho desnecessário de peso.

Outro ponto é que um copo de suco geralmente concentra mais do que uma porção de fruta: um copo de suco de maçã é feito com 3 a 4 maçãs, por exemplo. Ou seja, o bebê consome muitas frutas de uma única vez, quando na verdade ele não precisa de tudo isso.

E não é só isso. Quando os bebês estão com a barriguinha cheia de suco eles, muitas vezes, mamam menos leite do que o habitual. Esta troca definitivamente não é interessante para a nutrição geral do bebê, pois o leite materno (ou fórmula) deve continuar a ser o principal alimento dos bebês durante o primeiro ano de vida.

São pontos relevantes, principalmente considerando que os últimos estudos mostram que metade do consumo de frutas das crianças de 2 a 18 anos é proveniente de sucos e que, portanto, essas crianças estão carentes no fornecimento de fibras.

Considerando tudo isso, a recomendação da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de oferecer sucos apenas a crianças maiores de um ano. Ainda assim, a Academia sugere manter as recomendações de 2 a 3 porções de frutas por dia, e se for oferecer na forma de suco, considerar os volumes diários máximos:

Meu posicionamento:

Na minha prática clínica, falo muito para os pais o quanto a introdução alimentar é um momento de apresentar ao bebê todos os alimentos para que ele possa construir seu hábito alimentar, preferências de paladar, e principalmente, conhecer a diversidade de sabores, texturas e preparações. Não acho que os sucos naturais são a pior coisa do mundo, mas ainda concordo com o posicionamento da SBP e AAP, e acredito que o momento de introduzir os sucos para os bebês é depois dos 12 meses.

Além disso, gosto de lembrar que os sucos não são a única forma de consumir frutas, são apenas mais uma textura possível delas, que podem ser também raspadas, amassadas, cozidas, picadas, assadas, congeladas. E que a introdução alimentar também é o momento de criar o hábito de tomar água!

Então, de forma geral, se for introduzir sucos para seu bebê, é importante:

  • não oferecer só sucos, e oferecer as frutas em outros formatos;
  • cuidar do volume de consumo diário dos sucos – válido para crianças de qualquer idade!

E é claro que tudo isso não deve abolir os sucos da rotina! Sendo sucos naturais, bem posicionados, dentro de uma rotina alimentar saudável, em volume controlado, um suco geladinho não faz mal à ninguém!

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

Prevenção de cárie: o que a alimentação tem a ver com isso?

By Crianças, Nutrição materno infantilNo Comments

Alimentação e cárie são assuntos que andam juntos. A alimentação tem grande influência tanto no aparecimento quanto na prevenção da cárie. Como todos sabem, o açúcar é um grande vilão quando o assunto é a cárie, especialmente quando consumido de forma isolada e em alta frequência em um mesmo dia. Portanto, também como forma preventiva à cárie, ainda que mais comum em crianças do que em adultos, a rotina alimentar de todos deve ter frequência limitada de doces. Além das tradicionais guloseimas – bala, chocolate, bolo, brigadeiro – existem outros alimentos que escondem quantidades excessivas de açúcar, aos quais é preciso prestar muita atenção. Pensando nisso, o ideal  seria substituir as versões industrializadas por versões naturais e caseiras, com teores controlados de açúcar, quando necessário. Por exemplo:

alimentos cariogenicos e substituiçoes

Uma boa fonte de consulta de receitas caseiras para substituir produtos industrializados é o site As Delícias do Dudu, que gosto muito e recomendo, de olhos fechados!

Do outro lado da moeda, a alimentação saudável e equilibrada desempenha um papel importante na prevenção da carie. Para usar os alimentos em prol da saúde dentaria, garanta uma rotina com boas porções dos seguintes nutrientes:

dente-saudavel

Cálcio:

é importante na formação óssea e dentária, é essencial na fase de troca de dentes e crescimento das crianças. O consumo regular de alimentos fontes de cálcio também atua na prevenção da cárie. Garanta na rotina ao menos três porções de lácteos, como leite e derivados (queijos e iogurtes, por exemplo) por dia. Vegetais verde escuros como brócolis, couve, escarola, rúcula e espinafre também são boas fontes.

Fibras:

a mastigação das fibras colabora para o aumento da produção de saliva e por isso garante maior irrigação e limpeza  dos dentes, auxiliando na prevenção da carie. As fibras podem ser encontradas em todos os tipos de vegetais, frutas, grãos (como feijão, ervilha, lentilha, grão de bico) e cereais integrais (arroz integral, aveia, milho, trigo integral, quinoa).

Gorduras:

a gordura forma uma película nos dentes, ajudando assim a protegê-los contra a formação da cárie. Tenha sempre na rotina alimentos que são fontes de gorduras boas, como castanhas, nozes, amêndoas, abacate, azeite e coco.

Água:

Garantir boa hidratação com consumo adequado de água também ajuda na manutenção da limpeza e retirada de resíduos dos dentes. Incentive sempre o seu filho a tomar água!

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

Introdução alimentar: 4 dúvidas comuns

By Bebês, Nutrição materno infantilNo Comments

Na semana passada falei um pouco no insta stories (@nutrirbem.thais) sobre introdução alimentar, respondendo à algumas dúvidas e angústias que algumas mães tinham me enviado. Fiz uma série de vídeos explicativos, mas como no stories os vídeos somem depois de 24h, compilei aqui algumas respostas que muitas mamães buscam:

Qual é o melhor método de introdução alimentar: BLW, papinhas, misto?

O melhor método de introdução alimentar é aquele que melhor funciona para sua família. É importante ter um acompanhamento profissional atualizado que possa sanar todas as dúvidas e orientar a família para que escolham juntos a melhor metodologia. O melhor método é aquele no qual os pais e cuidadores confiam, abraçam os benefícios e sentem-se bem sabendo que estão fazendo o melhor que podem pelo bebê. Neste post eu falei mais sobre os métodos de introdução alimentar.

Meu filho engasga e/ou tem ânsia quando coloca o alimento/papinha na boca

A primeira coisa é lembrar que até a introdução alimentar (IA) o bebê só conhece a textura líquida do leite que toma, então é natural e esperado que eles estranhem a textura de papinha ou dos alimentos na boca. É uma adaptação e uma nova descoberta, com o tempo eles ficam mais confortáveis com isso.

A segunda coisa é conseguirmos diferenciar engasgos/ânsia com o Gag Reflex, ou reflexo Gag. Este é um reflexo protetor que aparece quando um alimento (ou objeto) estava em vias de ser engolido, mas o bebê percebe que o pedaço estava maior do que o esperado, e precisa ser mastigado mais um pouquinho antes de engolir. O Gag é a forma que o bebê tem de trazer este alimento de volta à frente da boca. Nestes casos, os bebês fazem caretinhas similares a estas:

O gag não é motivo de preocupação. Por mais que pareça desconfortável para nós, os bebês não se incomodam, e quando conseguem trazer o alimento de volta à frente da boca, continuam comendo normalmente. O gag está muito ativo em bebês pequenos, e próximo aos 6 meses o reflexo é induzido no meio da língua. Na medida em que os bebês aprendem a dominar os alimentos na boca, e se habituam às texturas diferentes do leite, o reflexo vai diminuindo. Em adultos, o gag só é induzido no final da língua, perto da garganta.

Os engasgos oficialmente acontecem quando a passagem de ar pela garganta está bloqueada por algum sólido ou líquido. O primeiro reflexo do engasgo é a tosse, que normalmente funciona bem para desobstruir a passagem de ar. Se a obstrução da garganta for tanta que o bebê não consegue tossir, então sim ele vai precisar de ajuda para deslocar o pedaço de comida da garganta, e nestes casos são usadas técnicas de primeiros socorros.

Para evitar engasgos as medidas mais efetivas são:

  • Enquanto está comendo, o bebê precisa estar em posição ereta, sem estar recostado ou caindo para os lados
  • Se o bebê estiver sendo alimentado por alguém, observar as quantidades colocadas na boca do bebê
  • Adequar a consistência das papinhas; evitar que esteja muito liquida (batida, por exemplo). Líquidos são mais propícios a provocar engasgos do que sólidos, por isso o recomendado é sempre apenas amassar com um garfo

Meu filho chora muito e fica irritado quando vai comer

Neste ponto é importante lembrar que a fase de introdução alimentar serve para o bebê conhecer os alimentos e aprender a se alimentar. Até os 12 meses, o leite que o bebê toma continua sendo o principal alimento, e eles demoram para entender que comida também serve para matar a fome. Então, considere oferecer a refeição para o bebê em momentos que ele não esteja morrendo de fome. Muitas vezes, é mais proveitoso dar de mamar antes da hora da refeição que será oferecida, pois isto previne que o bebê fique impaciente e irritado. O mesmo serve para quando o bebê estiver muito cansado. A hora da refeição é um momento de descoberta para os bebês, e se eles não estiverem dispostos, não será muito bem aproveitada.

Resultado de imagem para bebê comendo

 

Envolver o bebê e dar autonomia na hora da sua refeição também pode ser interessante. Muitas vezes eles se incomodam pois têm curiosidade de colocar a mão e explorar aquilo que estão lhe oferecendo. Como adulto, imagine que alguém que vai te alimentar e aparece com uma tigela e te dá o conteúdo na boca, sem deixar que você veja o que tem dentro. O bebê também tem curiosidade de ver o que tem no prato, e tem curiosidade de conhecer o que está sendo oferecido. A forma dos bebês conhecerem o mundo é com as mãos. Então deixá-los colocar as mãos nos alimentos, deixá-los pegar na colher, é permitir que eles participem do processo da alimentação e é dar a autonomia que muitos deles tanto gostam.

Meu filho come pouco

Quando um bebê está sendo amamentado, ele regula sozinho o quanto deve mamar para saciar a fome que sente. Assim que se sente saciado, pára de mamar. Quando começamos a introdução alimentar, nós adultos nos sentimos ansiosos para ver o bebê comer o prato inteiro de comida que preparamos. No entanto, o bebê continua regulando muito bem sua fome e saciedade; e da mesma forma, assim que sentir-se saciado, vai parar de comer. Então é importante lembrar que o leite continua sendo o principal alimento do bebê até os 12 meses, que o bebê não tem ainda maturidade para fazer greve de fome, e que ele come/mama o suficiente para se sentir satisfeito. Confie no seu bebê, ele sabe muito bem o quanto precisa comer.

carlos gonzales

Espero ter ajudado um pouquinho com as tantas dúvidas que chegaram até mim. Não se esqueçam nunca que a introdução alimentar é uma grande oportunidade de ensinar não só a alimentação saudável, mas também o prazer em comer bem, e a boa relação com os alimentos. Sempre busque orientação de um profissional atualizado que possa acompanhar individualmente nesta fase.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

O que sua alimentação pode fazer pelos seus (futuros) filhos: Fertilidade

By Fertilidade, Nutrição materno infantilNo Comments

Dando continuidade à série que diz tudo o que sua alimentação pode fazer pelos seus filhos (veja aqui: Gestantes, Amamentação, Introdução dos alimentos ), hoje o post é para quando os filhos ainda estão em planejamento. Não são muitas pessoas que sabem, mas hoje já existe muita relação entre alimentaçãofertilidade, tanto masculina quanto feminina. É isso mesmo, sua alimentação pode fazer muito pelos seus (futuros) filhos, mesmo que você ainda não esteja pensando neles.

Então, veja aqui alguns conselhos e alimentos que não podem faltar se você já está pensando ou pensa em um dia aumentar a família

Frutas e vegetaisfrutas e vegetais

Aqueles que estão preocupados na manutenção da fertilidade devem manter um consumo variado e frequente de frutas e vegetais, garantindo assim um bom aporte de vitaminas e minerais, e um melhor equilíbrio na inflamação natural do organismo.  As verduras verde escuras são especialmente importantes, pois contêm boas doses de vitamina B, antioxidantes e fibras.

 

Sementessementes

Como sementes de linhaça, chia, girassol, abóbora e gergelim, pois são ricas em minerais, especialmente selênio, zinco, cálcio, ferro, fibras, e gorduras boas como ômega 3 na linhaça e na chia.

 

Castanhas

castanhas

Nozes, amêndoas, castanha do Pará, pistache além de serem riquíssimas em gorduras insaturadas, benéficas para a fertilidade, têm muitas fibras, proteínas e antioxidantes que também são essenciais para o equilíbrio do organismo, têm efeito anti-inflamatório e consequentemente melhora da fertilidade.

 

Cereais integrais

cereais integrais

Os cereais integrais e carboidratos de baixo índice glicêmico no geral têm alta concentração de fibras ajuda no controle hormonal e de glicemia, e as concentrações de vitaminas do complexo B, atuam como agentes de fertilidade para homens e mulheres.

 

Azeite e gorduras vegetais

azeite

São anti-inflamatórias e antioxidantes, auxiliam no funcionamento adequado e equilibrado de todos os sistemas do nosso organismo. É importante priorizar as gorduras vegetais às animais e industrializadas quando pensando em saúde reprodutiva.

 

Peixes de água fria

peixe

Por serem proteínas ricas em gorduras boas, ômegas 3 e 9, que são importantes antiinflamatórios. Além disso, é importante garantir um bom aporte de proteínas no consumo alimentar daqueles que se preocupam com a fertilidade.

 

Leguminosas

leguminosas

Principais fontes de proteínas vegetais, riquíssimas em fibras e micronutrientes como ferro, zinco e cobre. É prudente aumentar a frequência e quantidade de consumo deste grupo alimentar, e algumas vezes é também necessário reduzir as proteínas animais.

 

 

Importante evitar:

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açúcares e doces

Açúcares e doces no geral, especialmente os industrializados e bebidas doces, como sucos de caixinha e refrigerantes.

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lacteos

Alimentos lácteos: pode ser importante observar a frequência e quantidade de consumo, além da qualidade e procedência. Em alguns casos eles podem interferir na fertilidade.

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caféCafé e alimentos ricos em cafeína como refrigerantes, chocolates e chás como preto, mate e verde. Quando em excesso, a cafeína pode ser prejudicial à saúde reprodutiva.

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bebida alcoolica e cigarro

Bebida alcoólica e tabagismo devem ser evitadas por todos que estão pensando em qualidade e manutenção da fertilidade.
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Orientações gerais

É importante manter uma atividade física regular e boa hidratação. Controlar o estresse e evitar poluição sempre que possível é uma medida interessante para manter a boa saúde e funcionamento fisiológico do organismo. Além disso, observar e evitar sempre que possível o consumo e exposição à xenobióticos (produtos estranhos à composição original dos alimentos, como agrotóxicos, pesticidas, e bisfenol A).

familia

Como eu gosto de dizer para meus pacientes, o melhor que você pode fazer pelo seu filho é “preparar o ninho” antes mesmo do bebê chegar.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

 

 

 

Amamentação: uma chave para o desenvolvimento sustentável

By Nutrição materno infantilNo Comments

Como nos últimos anos, eu não poderia deixar passar em branco este 1º de agosto, quando comemoramos o Dia Mundial da Amamentação. Neste dia inicia também a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), que marca uma série de eventos e publicações em torno do incentivo à amamentação.

semana mundial do aleitamento materno 2016

“Amamentação: uma chave para o desenvolvimento sustentável” é o tema deste ano, que leva como slogan “Presente Saudável, Futuro Sustentável”.  Neste contexto, a amamentação é tida como um dos pontos chave para o desenvolvimento sustentável pois tem ligação direta com a saúde e segurança alimentar e nutricional, e também como garantia do alcance do potencial máximo de desenvolvimento e educação  da criança, refletindo em produtividade no seu futuro. Não é lindo? 💙 💜

Outro ponto que ambientaliza a amamentação dentro do desenvolvimento sustentável, é que em 2016 17 metas universais para o desenvolvimento global já traçadas precisam começar a ser alcançadas, para ajudar a guiar o desenvolvimento mundial mais sustentável nos próximos 15 anos. Estas metas são bastante abrangentes, mas alguns dos quesitos englobados permeiam questões alimentares e nutricionais, que são impactadas pela amamentação, como acabar com a fome e melhorar a sub-nutrição e garantir vida saudável e promover o bem estar. 👶🌎 Mas se formos ao sentido mais literal de desenvolvimento sustentável, a amamentação é o método mais ambientalmente sustentável que existe, não é mesmo?

Veja aqui os outros posts comemorativos do Dia Mundial do Aleitamento Materno:

Dia Mundial da Amamentação – 2012

Amamentação: ninguém disse que seria fácil…

Amamentação: como amamentar?

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

O que a alimentação pode fazer pelo seu filho: introdução alimentar

By Bebês, Nutrição materno infantilNo Comments

Continuando a série “o que a alimentação pode fazer pelo seu filho”, o terceiro post é sobre a introdução alimentar. Passada a gestação (veja aqui o post sobre esta fase) e o momento de amamentação exclusiva (veja aqui o post), chegou a hora do seu bebê começar a conhecer o mundo dos alimentos.

mundo dos alimentos

Nesta momento, já não é mais exatamente sua alimentação influenciando a vida do seu filho, e sim, quais alimentos ele vai conhecer, a forma que ele vai conhecê-los e como vai construir, com sua ajuda, seu comportamento e relação com a comida e com as refeições. Observe que não é só uma questão de qualidade e quantidade, mas também o tipo de experiência é importante aqui.  Eu costumo dizer que esta é a terceira grande chance (a última, de alto impacto!) que os pais têm em realmente mudar a vida e preferências alimentares de seu filho, para o resto da vida, pela alimentação.

Então veja aqui quais são os pontos importantes e decisivos nos quais você precisará pensar para começar, da melhor forma possível, a apresentação dos alimentos para seu filho:

Programming metabólico

nutrientes no dna

Nesta fase ainda é possível acontecer a programação metabólica, que já falei um pouco nos posts anteriores, mas trata-se de programar o metabolismo e funcionamento do organismo como um todo pela presença ou ausência de micro e macronutrientes. Por isso, existem alguns alimentos que não devem ser apresentados antes da criança completar 12 ou 24 meses, como por exemplo açucares e doces, leite de vaca e derivados, e alimentos industrializados no geral. E, da mesma forma, há alguns alimentos que, quando apresentados no momento correto, podem prevenir intolerâncias ou alergias alimentares, como é o caso do peixes, ovos, e alimentos com glúten. Então, a introdução alimentar é mais uma etapa de investimento na alimentação do seu filho, para torná-lo o mais saudável possível, com boa gama de aceitação de paladar, a curto, médio, longo e longuíssimo prazo.

Quando começar a introdução alimentar

O programming metabólico é também muito impactante em relação ao momento ideal para começar a introdução alimentar. Existe a recomendação da Organização Mundial da Saúde e atualmente também a Sociedade Brasileira de Pediatria, em manter o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade – e isto já impacta de forma positiva na programação do metabolismo. Se por algum motivo o bebê estiver em uso de fórmulas infantis (e não leite materno), a recomendação é a mesma: nada, além do leite, deve ser oferecido para o bebê antes dos seis meses completos. introdução dos alimentos - papinha 1Estas recomendações coincidem com os estudos que mostram que os bebês apresentam prontidão, maturidade fisiológica e interesse pelos alimentos perto dos 6 meses de vida. Ou seja, antes disso, o bebê é ainda muito imaturo para receber outro alimento, além do leite. E já existem evidências suficientes que mostram que a introdução alimentar precoce aumenta em até 6x a chance de sobrepeso ou obesidade na criança, até os 3 anos de idade. Enfim, um ponto importante a ser considerado, será que o bebê já está pronto?

Hábito alimentar e paladar

introdução dos alimentos - papinha 2

O hábito alimentar das crianças é formado a partir de qualidade, quantidade, harmonia, adequação e prazer, então é essencial visar todos estes tópicos quando na introdução dos alimentos na vida do seu filho, para guiá-lo ao hábito alimentar saudável. Além disso, preferências alimentares de sabor são aprendidas por meio de experiências com o alimento, em diferentes momentos, texturas e formas de apresentação. Isto significa que as preferências alimentares têm pouca influência genética, e estão mais suscetível ao ambiente, cultura, e conhecimento sob o alimento. Então, você não gostar de um certo alimento, não significa que seu filho também não ira gostar. O hábito e as preferências alimentares são formados e moldados durante a infância, dando à introdução dos alimentos uma grande responsabilidade também neste aspecto.

Apresentação, textura e quantidade

introdução dos alimentos - blw

BLW – Baby Lead Weanning, ou o “desmame guiado pelo bebê”

Desde bem cedo é importante pensar na forma de apresentação dos alimentos para seu filho, cuidar do equilibrio nutricional, e ensiná-lo a reconhecer e respeitar os sinais de fome e saciedade. A forma de apresentação dos alimentos será guiada pela metodologia de introdução alimentar escolhida: no método tradicional, em papinhas, é importante oferecer os alimentos amassados (não batidos!) de forma separada para deixar que o bebê conheça e experimente o sabor de cada alimento. No método BLW, os alimentos são ofertados em pedaços, e no geral a criança tem mais liberdade para explorá-los e conhecê-los bem. Há famílias que mesclam os dois métodos, e podem ter os bônus (e ônus também, rs) de cada um dos métodos. O importante é que os alimentos sejam ofertados de forma chamativa, preparados com técnicas culinárias corretas para a preservação de nutrientes, sabor, textura e aroma.

Assim, a atenção à textura dos alimentos é também importante: garantir que a criança tenha contato com várias formas de preparo de todos os grupos alimentares, facilita com que ela aceite bem a refeição da família quando completar 12 meses. Por isso, quando a introdução alimentar é feita com papinhas, é essencial evoluir a consistência gradativamente, até chegar aos sólidos; e quando em BLW, lembrar de apresentar também consistências tipo purê, para que não seja algo estranho para a criança no futuro.

Em termos de quantidade de comida, quem manda é o bebê! O reconhecimento à  saciedade é um reflexo inato (e muito respeitado quando a criança está em aleitamento materno), mas é algo que facilmente influenciamos de forma negativa quando o bebê começa a comer. É importante respeitar o sinal de saciedade do bebê (e também das crianças mais velhas), sem que seja necessário “raspar o prato”.

carlos gonzales

Enfim…

Uma boa introdução alimentar, bem planejada e embasada, e acima de tudo, com suporte e acompanhamento profissional atualizado, pode ser a grande chance para garantir ao seu filho uma alimentação saudável desde sempre, sem sofrimentos. Já pensou?

 

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

O que sua alimentação pode fazer pelo seu filho: amamentação

By Bebês, Nutrição materno infantil2 Comments

Dando continuidade à série sobre a interferência da alimentação da mãe na vida de seus filhos a médio, longo e longuíssimo prazo, hoje o post é sobre um dos temas que eu mais gosto: amamentação!

Eu considero o ato de amamentar um dos maiores e mais lindos atos de amor. O leite materno é o alimento mais perfeito, vivo e dinâmico que existe, e é especialmente desenhado para cada bebê. Mas embora muito hoje se fale sobre a amamentação, eu vejo que na hora H, as mães se enchem de dúvidas e inseguranças, e muitas vezes, sentem falta de apoio de familiares e profissionais. E este é outro ponto, para uma amamentação de sucesso, tudo o que a mãe precisa, além de vontade de amamentar, é  informação de qualidade e apoio.

amament

A amamentação traz inúmeros benefícios para mãe e bebê, mas o tema deste post é “como a alimentação da mãe pode influenciar de forma positiva na vida do bebê, via amamentação”. Então (me segurando para não fugir do tema), listei alguns pontos que considero cruciais neste assunto:

Qualidade de gorduras no leite materno

A alimentação da mãe não é capaz de mudar a quantidade de gordura do seu leite, mas é capaz de mudar a qualidade desta gordura. Por exemplo, mães que têm alto consumo de gordura na sua alimentação, não produzem leite com mais gordura. Mas as mães que têm alto consumo de gordura trans, têm leite ricos neste tipo de gordura também. A gordura trans é uma gordura sintética, usada pelas indústrias de alimento para dar mais sabor e durabilidade para os alimentos. Mas a gordura trans provoca efeitos negativos na saúde humana, como aumento de colesterol e riscos de doenças cardiovasculares.

Por outro lado, mães que têm maiores consumos de gorduras do tipo ômega 3, também produzem leite com maior teor destas gorduras. O ômega 3 é uma gordura insaturada, benéfica especialmente para a formação do sistema nervoso central dos bebês, desde a gestação, e por tanto é bastante interessante tê-la na composição do leite materno. Então, fica a dica, cuidar do tipo de gordura que se ingere durante a amamentação, é essencial!

Formação de paladar

amamentaçãoUm dos grandes benefícios da amamentação é poder influenciar de forma positiva na formação do paladar e escolhas alimentares futuras do bebê. A amamentação é, na verdade, a segunda chance que a mãe tem para isso (a primeira é a gestação – veja aqui, e a última é na introdução de alimentos – aguarde próximos posts). A variedade da alimentação da mãe influencia na variedade de composição de sabores do leite materno, de modo que um bebê amamentado é exposto a muitas nuances de sabor. Tem mães que relatam até que o cheiro do leite reflete o que comeram. Assim, bebês amamentados têm mais chances de aceitar melhor sabores variados e diferentes quando começar a conhecer outros alimentos, além do leite materno. Mais um motivo para a mãe continuar se alimentando de forma saudável e variada durante o período de amamentação.

Fome e saciedade

amament_2Este é um benefício da amamentação indireto da alimentação da mãe, mas que influencia bastante na vida futura da criança: um bebê que mama no peito pode controlar e regular a quantidade de leite que toma a cada mamada; é um bebê que conhece melhor e reconhece seus sinais de fome e saciedade. Preservar estes sinais é muito importante pois ter esta clareza é uma das grandes estratégias para a prevenção de sobrepeso e obesidade ao longo da vida.

Além destes, a amamentação traz inúmeros outros benefícios para mãe e bebê Fica cada vez mais claro como a amamentação é uma etapa importante no desenvolvimento global da criança, e especialmente, em caráter de comportamento alimentar. As mães que têm vontade de amamentar devem procurar ajuda e apoio para conseguirem vencer todas as barreiras que são impostas pelo ambiente, pois sabemos que o resultado final da amamentação é muito mais do que positivo, e absolutamente duradouro!

Assinatura Thais C. LaraNutricionista

O que sua alimentação pode fazer pelo seu filho: Gestantes

By Gestantes, Nutrição materno infantilNo Comments

Recentemente mostrei no instagram (@nutrirbem.thais) que estou montando um novo material de atendimento, e entre eles, uma pasta de orientação especialmente feita para as gestantes. Então, junto com este novo material, começa aqui no blog uma série que dirá em detalhes tudo o que a sua alimentação pode mudar na vida de seu filho, desde a gestação até quando a própria criança começará a fazer suas escolhas alimentares. Há muitas possibilidades para preparar e garantir a boa saúde das crianças durante muito tempo.

O que sua alimentação pode fazer pelo seu filho durante a gestação?

Controlar o ganho de peso:

É uma das grandes preocupações das gestantes quando procuram o acompanhamento nutricional pré natal. É de fato importante e é um dos tópicos a ser discutido e abordado ao longo de todos os nove meses: ganhar peso demais pode ser prejudicial para mãe e filho, pois facilita o aparecimento de outras comorbidades como aumento de pressão e pré-diabetes. Pouco ou nenhum ganho de peso também não é interessante, mãe e filho precisam estar muito bem nutridos para garantir boa saúde e também evitar complicações. O ganho de peso adequado para cada gestante deve ser planejado individualmente, pois depende do estado de saúde geral da mãe, e outras condições da gestação. Mas a boa nutrição durante a gestação pode fazer muito mais do que “apenas” direcionar o ganho de peso.

Controle de sintomas:

gestante enjoada

Náuseas, enjoos e vômitos são alguns dos sintomas comuns do começo da gestação, e azia, refluxo e constipação são os que vêm mais para o final. Muitas estratégias nutricionais podem minimizar o desconforto da mãe, colaborar com o bem estar, e manter o bom consumo alimentar. Por exemplo, fazer boas escolhas para o café da manhã reduz bastante as chances de enjoos matutinos, e melhora o consumo alimentar das gestantes ao longo do dia inteiro.

Placentação:

No início da gestação, devido à enjoos não controlados, muitas vezes a gestante acaba restringindo muito o consumo alimentar. Mas é justamente nesta fase que a placenta, que será o órgão responsável por nutrir o bebê durante a gestação, é formada. Uma placentação saudável depende de bom aporte de nutrientes, portanto cuidar desta fase com carinho, garantindo a alimentação saudável e adequada, priorizando os alimentos certos e em boa variedade, pode mudar todo o curso da gestação, e assim reduzir o risco de comorbidades e complicações no futuro.

Programação metabólica e epigenética:

programação metabólica na gestação

Lembre-se que todas as células do bebê são formadas durante a gestação a partir da disponibilidade de nutrientes da mãe. Considere que a oferta dos nutrientes pode moldar a predisposição (ou não) deste novo organismo que se forma à diversas doenças, características, preferências alimentares, hábitos de estilo de vida… ou seja, programação metabólica como um todo.

Hoje já podemos afirmar com propriedade que a alimentação da mãe pode determinar muito dos fatores de proteção ou riscos de doenças no futuro da criança. Por exemplo, se na alimentação materna há gordura trans em excesso, o bebê tem mais chances de, no futuro, desenvolver alterações de colesterol ou até doenças cardíacas.

Formação de paladar:

A alimentação das gestantes é capaz de modificar e influenciar a formação de paladar dos bebês, não apenas pela disponibilidade de nutrientes, mas também por leves alterações de sabor do liquido amniótico. A partir da metade da gestação, quando os bebês começam a ter o reflexo de engolir, a modificação da composição do líquido amniótico pela variedade alimentar da mãe, acostuma o bebê a sabores diferentes. Isto ajuda a criança a tolerar melhor a variedade de sabores que uma alimentação saudável e variada tem. A gestação é o primeiro impacto importante na programação metabólica e formação de paladar do bebê, sendo a amamentação e a introdução alimentar as outras duas grandes chances de cuidar destas modulações – mas as outras chances são assunto para outros posts 😉

O que não consumir durante a gestação:

Existem recomendações gerais sobre o que gestantes não devem consumir (como carnes cruas ou mal passadas, por exemplo), mas há outras que devem ser decididas individualmente. Há também que se fazer adequações para que nenhum nutriente fique faltando; por exemplo, não é aconselhável que as gestantes consumam vegetais crus fora de casa, mas ao mesmo tempo elas têm necessidade nutricional de vitaminas e minerais aumentada, e por isso, precisam manter a variedade de vegetais na alimentação. Outro ponto, é que na maioria dos casos não é indicado o uso de adoçantes, mas isto não significa sinal verde para o açúcar. Há muitos chás, ervas e especiarias que não são recomendados durante a gestação, bem como o uso de recipientes de plástico que contenham Bisfenol A, alimentos altamente industrializados…. Há substâncias que o metabolismo adulto pode tolerar com uma certa tranquilidade, mas que não sabemos o quanto destas substâncias é passada pela placenta, e o quanto um bebê pode tolerar. Então há que se ter muito critério nestas decisões.

Desenvolvimento neurológico do bebê:

Outro aspecto já bem sedimentado na ciência é a relação entre o bom consumo de ômega 3 pelas mãe (e/ou suplementação, na maioria dos casos) durante a gestação e um impacto positivo no desenvolvimento neurológico e cognitivo dos bebês. Por isso, contar com peixes, castanhas e nozes, azeite e abacate, por exemplo, durante todo o curso da gestação, pode ter ótimos resultados no desenvolvimento da criança, durante toda sua vida.

OMEGA-3-SAUDE

Sabendo que há muito o que se pode fazer para garantir saúde e boas escolhas alimentares na vida das crianças desde muuito cedo, fica ainda mais clara a importância do acompanhamento nutricional regular durante a gestação. O pré natal feito por uma equipe multidisciplinar garante maior tranquilidade e benefícios para mãe e bebê a curto, médio e longo prazo.

Ao longo da série o que sua alimentação pode fazer pelo seu filho, vamos seguir com as influências alimentares da mãe no crescimento e desenvolvimento das crianças.

Assinatura Thais C. LaraNutricionista